Problemas entre 5G e antenas parabólicas

Autor: Telium Networks
Publicação: 27/08/2021 às 11:00

O 5G está, pouco a pouco, chegando às mãos do consumidor e com o início da distribuição da nova tecnologia, novas polêmicas e desafios surgem no meio do caminho.

Não faz muito tempo que comentamos sobre as teorias da conspiração e a polêmica envolvendo a gigante chinesa, Huawei.  Recentemente, no entanto, o que tem chamado atenção no Brasil é o conflito entre o 5G e as antenas parabólicas.

Entenda o caso

Se você leu nosso último artigo aqui no blog, entende como funcionam as faixas de frequência.

No Brasil as antenas parabólicas acabam “invadindo” as faixas destinadas ao 5G. Por usarem frequências de 3,7 GHz e 4,2 GHz, muito próximas a faixa 3,5GHz utilizada pelo 5G, o sinal das antenas acaba causando interferências.

A ANATEL explica que, enquanto o 5G respeita os seus limites de frequência, os transmissores das antenas parabólicas são de baixíssima qualidade e ultrapassa esses limites.

Exemplificando, é como se um motorista alcoolizado andasse em zigue-zague invadindo faixas e prejudicando os outros motoristas que estão andando corretamente.

Quais são as consequências?

Em razão da polêmica e dos problemas, a ANATEL decidiu que o serviço audiovisual não poderá mais ser prestado nos moldes atuais, o que implica quase 9 milhões de famílias de adquirirem novos equipamentos de televisão parabólica.

Outra solução sugerida foi a implementação de filtros nas antenas para mitigar a interferência, porém, a solução não se mostrou promissora e foi descartada pela maioria dos integrantes do conselho da ANATEL.

Dessa forma, as transmissões irão migrar para outro tipo de sinal de transmissão (banda KU).

Quem arca com o prejuízo?

A estimativa da ANATEL é que cerca de 17 milhões de lares utilizem sinal aberto via antena parabólica. Destes, cerca de 50% estão no cadastro único e terão o custo do equipamento a partir dos recursos arrecadados nos leilões das faixas de frequência. Do outro lado, porém, existem outros 9,2 milhões de usuários que deverão arcar com os custos (cerca de R$ 250,00) com seus próprios recursos.

Resultados

Embora o assunto pareça problemático, a ANATEL não está agindo sem experiência prévia, uma vez que, quando procedimento semelhante foi realizado para a implementação do 4G nas faixas de 700MHz, o que acabou desalojando parte das emissoras.

A transição entre as faixas das antenas parabólicas seguirá até 2025, quando o sinal antigo será desativado e somente quem tiver adquirido os novos aparelhos poderá usufruir do serviço.