O que compõe um serviço de nuvem?
Autor: Telium Networks
Publicação: 14/09/2018 às 02:35
Até quem não a entende completamente fala dela: a cloud computing está em todos os lugares. Muita gente move seus aplicativos, gerencia sistemas e armazena arquivos na nuvem. Ela é, basicamente, um lugar do outro lado da conexão de internet, onde é possível acessar aplicativos e serviços e guardar dados com segurança.
Surgida no fim da década de 90, a nuvem cresceu muito desde então. Os investimentos aumentam ano a ano e as previsões sempre indicam tendência de crescimento. Não é à toa que praticamente tudo o que usamos atualmente está hospedado na nuvem: G-mail, Facebook, Spotify, Waze e Dropbox são alguns dos exemplos.
O termo nuvem é usado para simbolizar abstração e ausência geográfica, já que o local onde os arquivos ficam é, em geral, desconhecido. Além disso, normalmente, um mesmo arquivo está em servidores e lugares diferentes — o que ajuda a mantê-lo seguro.
Em outras palavras, a cloud computing pressupõe que ninguém sabe onde efetivamente seus arquivos são armazenados ou processados. Pode ser que estejam na rua ao lado, mas podem também estar no Japão, na Europa ou em qualquer outro local. E podem existir cópias de segurança em um terceiro local.
Isso, porém, pouco importa. Afinal, o grande diferencial da nuvem é que ela permite que os arquivos sejam acessados pela internet, usando qualquer dispositivo, de qualquer lugar do mundo. Essa localização estratégica possibilita que várias pessoas, de diversos locais, interajam com aquele conteúdo se tiverem autorização para tal.
Diferentemente do colocation, em que a empresa tem seu próprio equipamento, mas divide despesas de conexão, largura de banda, eletricidade e outras, a computação em nuvem cuida de tudo.
Fazer mais com menos — com agilidade e eficiência operacional — é hoje uma exigência no mundo corporativo. Isso explica a razão do uso de cloud computing ganhar cada vez mais relevância. Venha conhecer, neste artigo, as possibilidades da computação em nuvem. Boa leitura!
2. O crescimento do uso de cloud computing
O espaço que a nuvem conquistou nas nossas vidas ganha destaque diariamente. Os números são expressivos: um estudo da International Data Corporation (IDC) indica que os investimentos ainda em 2017 devem atingir US$ 122,5 bilhões. Até 2020, os valores devem chegar a US$ 203,4 bilhões em todo o mundo.
A computação em nuvem é uma das grandes revoluções da tecnologia da nossa era. Infinita em tamanho, ela elimina a preocupação com limite de capacidade. Além disso, não requer manutenção ou gerenciamento e permite acesso a aplicações e serviços de qualquer lugar, desde que haja um dispositivo conectado à internet.
Na nuvem, softwares básicos ou infraestruturas completas de tecnologia da informação (TI) podem ser contratados como serviço e sob demanda de acordo com a necessidade. Assim, a implantação é mais fácil, paga-se apenas pelo que é usado e não há gastos adicionais com manutenção.
É o caso, por exemplo, de um aumento de capacidade em um e-commerce durante a Black Friday. Assim, a loja virtual não fica limitada em um pico nem precisa manter uma infraestrutura que ficaria ociosa na maior parte do tempo. Além disso, diferentes áreas da empresa são integradas e a execução de projetos fica mais eficiente.
Integração
A integração entre softwares diferentes, cada um com seus próprios processos (autenticação, acesso e outros), é realizada mais facilmente quando todos eles estão na nuvem. Lá, é mais fácil fazê-los se relacionar efetivamente para oferecer os dados necessários para o bom desempenho da companhia.
Além de proporcionar melhor custo-benefício, a nuvem geralmente absorve procedimentos técnicos simples e libera os profissionais para trabalharem em tarefas mais estratégicas. É comum que a expressão computação em nuvem seja associada a diferentes tipos de serviços, o que dificulta o entendimento do seu conceito.
Outra característica importante da cloud computing é que a atualização dos arquivos acontece em tempo real e os backups são criados periodicamente, de forma automática e criptografada. Assim, se um servidor tiver problema, os usuários são redirecionados para uma cópia em outro local.
Customer Relationship Management (CRM)
O CRM coleta informações sobre o cliente e as centraliza para formar um perfil individual dele (que inclui seus contatos com a companhia). Com esses dados, é possível oferecer um atendimento personalizado para a solução de problemas.
Aliado à computação em nuvem, o CRM é bastante eficaz, pois com a capacidade de acesso remoto, sua versatilidade aumenta. As informações dos clientes podem, então, ser acessadas por notebooks ou dispositivos móveis quando o funcionário está fora do escritório, dando flexibilidade ao processo como um todo.
Como os serviços de nuvem podem ser contratados de acordo com a necessidade, pequenas e médias empresas podem ter acesso a sistemas de CRM a custos reduzidos e com foco na relação entre os consumidores e a companhia. Além disso, eles se integram a outras ferramentas facilmente.
Benefícios
Os benefícios do uso de cloud computing pelas empresas incluem:
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redução da necessidade de investimentos em infraestrutura;
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menor necessidade de equipes especialistas não relacionadas ao negócio;
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flexibilidade de crescimento.
Quando uma organização opta por estar na nuvem, acaba a restrição de espaço físico imposta pelas limitações de um servidor físico. E o bom é que esse desapego não significa perder a segurança dos dados — ao contrário do que se pensa, é provável que eles fiquem mais protegidos e mais fáceis de serem recuperados.
Com isso, é possível cortar gastos e utilizar em outras áreas o capital que eventualmente ficaria parado em servidores inutilizados. O melhor é que a segurança de dados é mantida e eles são recuperados mais facilmente.
Camadas
A computação em nuvem compreende diferentes camadas: cliente, serviços, aplicação, plataforma, armazenamento e infraestrutura. Conheça melhor a seguir as características de cada uma delas.
Cliente
É o primeiro nível do serviço de nuvem — pode ser um software ou hardware — e corresponde à sua forma mais simples e abstrata de uso. Um bom exemplo são os smartphones e suas lojas de aplicativos: a loja é a aplicação hospedada na nuvem e o celular é o cliente.
Serviços
São os softwares que fazem a interoperabilidade entre sistemas. É o caso, por exemplo, do serviço de busca de CEPs dos Correios: qualquer desenvolvedor pode usá-lo em seu sistema.
Aplicação
Uma das iniciativas mais conhecidas é o software como serviço (Software as a Service – SaaS). Esse tipo de aplicação elimina a necessidade de instalação de programas e, consequentemente, de manutenção, suporte e atualização. Um exemplo bastante popular é o Google Apps — para editar, hospedar e compartilhar documentos.
Plataforma
Assim como o SaaS, a plataforma como serviço (Platform as a Service – PaaS) oferece um pacote pronto para o usuário: no caso, uma plataforma de desenvolvimento. É o caso da Google App Engine.
Nessa plataforma, os desenvolvedores criam, testam e enviam aplicações. O provedor, então, cuida da infraestrutura para torná-la disponível online, como instalação, manutenção e configuração de servidores, redes, banco de dados, segurança e outros.
Armazenamento
Tratam-se de serviços usados para fazer backup, armazenamento e hospedagem de informações. Um dos pioneiros dessa modalidade é o Dropbox.
Infraestrutura
A infraestrutura como serviço (Infrastructure as a Service – IaaS) permite que o cliente compre servidores, armazenamento, banco de dados, firewall, redes e outros. O cliente não tem contato nem se preocupa com o aspecto físico dos itens contratados.
O serviço mais conhecido é o Amazon Web Services. Eles instalam, configuram e deixam a estrutura pronta para uso. O cliente precisa apenas personalizar as configurações, de acordo com suas necessidades.
3. Banco de dados
É possível ter um banco de dados criado e acessado diretamente na nuvem. Ele tem a maioria das funções de um modelo tradicional, com a vantagem da flexibilidade da computação em nuvem e sem a necessidade de comprar hardware dedicado.
Quando a empresa hospeda um aplicativo na nuvem, é importante que o banco de dados seja colocado no mesmo local. Com isso, a latência — a demora para conectar o aplicativo ao banco de dados — diminui.
Isso é importante porque, se o cliente tem de esperar muito para que os dados de um aplicativo móvel sejam recuperados de um banco de dados, é provável que ele não o use novamente. Um banco de dados na nuvem oferece acesso aos dados quase em tempo real.
Além disso, os provedores desse serviço criptografam as informações e oferecem outras medidas de segurança. Outras vantagens de usar um serviço de banco de dados hospedado na nuvem incluem:
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facilidade de acesso: pode ser acessado de qualquer lugar, usando a interface de programação da aplicação (Application Programming Interface – API) do fornecedor ou a interface web;
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escalabilidade: permite expandir a capacidade de armazenamento em tempo de execução, de forma a atender às necessidades de mudança;
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recuperação de desastre: se houver algum incidente — como um desastre natural, uma falha de equipamento ou uma interrupção de energia —, os dados ficam seguros em backups em servidores remotos.
4. OS
Existem sistemas operacionais (Operating System – OS) que são executados na nuvem e podem ser acessados online, usando qualquer browser. Quando o OS é usado dessa forma, ele preserva todos os dados do usuário e da sessão de trabalho. É como ter o computador sempre à mão, sem precisar carregar seu hardware.
Esse tipo de OS usa recursos armazenados online. Assim, com uma conexão com a internet, é possível ter acesso a aplicativos, arquivos, documentos e afins, já que nada fica guardado na máquina. Além disso, equipes especializadas monitoram os sistemas para garantir a segurança e a estabilidade das suas funcionalidades.
Uma das maiores vantagens desse modelo é a redução de custos, já que não há a necessidade de atualizar máquinas e servidores frequentemente. Além disso, quando o sistema é alterado na nuvem, as modificações ficam disponíveis ao mesmo tempo para todos os usuários.
5. Virtualização
A virtualização permite criar ambientes virtuais que simulam equipamentos reais (memória, processador, disco e outros) e possibilitam o compartilhamento desses elementos de hardware. Com isso, os recursos de TI são oferecidos de forma otimizada e os gastos com infraestrutura física são diminuídos.
Assim, as soluções de virtualização em nuvem permitem construir máquinas virtuais, criar aplicações, fazer implementações, protótipos e testes, entre outros, de forma descomplicada. A compra de servidores ou aplicativos é, então, substituída pela contratação de soluções com acesso pela internet.
A adoção da virtualização em nuvem traz alguns ganhos:
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redução de custos: com pagamento por demanda, não há a necessidade de investimentos iniciais altos em hardware e software. Além disso, os gastos com energia e aluguel de espaço físico, bem como a emissão de dióxido de carbono (CO2) também diminuem, o que torna a operação mais sustentável;
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flexibilidade: com os recursos disponíveis a qualquer hora, de qualquer lugar e por qualquer dispositivo, a conveniência aumenta e a produtividade melhora;
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agilidade: o serviço pode ser contratado e configurado rapidamente;
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disponibilidade e segurança: a recuperação de dados é mais fácil na nuvem e os requisitos de segurança podem ser selecionados de acordo com a necessidade;
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sob demanda: os recursos são fornecidos sob demanda, ou seja, sempre que for necessário, as capacidades podem ser aumentadas ou diminuídas.
Esse tipo de serviço está disponível em nuvens privadas, públicas ou híbridas e a escolha depende das necessidades e das estratégias de negócios. Além das máquinas virtuais, há outras soluções de virtualização em cloud computing. Conheça algumas delas.
Desktop
Assim como é possível virtualizar um servidor, um desktop completo também pode ser transformado em equipamento virtual. Dessa forma, toda a área de trabalho fica disponível diretamente na nuvem — e pode ser acessada de qualquer lugar ou dispositivo que tenha uma conexão com a internet.
Notebook
Um das grandes vantagens desse modelo é que, se o equipamento for perdido, roubado ou danificado, os arquivos e as aplicações continuam disponíveis pela nuvem. Assim como no caso do desktop, os dados podem ser acessados por qualquer dispositivo e de qualquer lugar desde que haja conexão com a web.
Aplicativos
Os aplicativos podem ser implantados e mantidos de forma centralizada e simplificada na nuvem. Qualquer pessoa autorizada pode acessar as ferramentas para as quais tem autorização usando qualquer equipamento que esteja conectado à internet.
6. Servidores e storage
Escolher a melhor solução de armazenamento de dados é, em geral, uma tarefa complexa. Com a importância dos dados nos dias de hoje, a tecnologia que os guarda afeta todos os departamentos da empresa, já que é essencial tê-los disponíveis e, ao mesmo tempo, mantê-los seguros.
Ter uma solução adequada e eficiente de armazenamento (que pode ser um servidor ou um storage, dependendo da robustez necessária) ajuda a empresa a ganhar e manter uma vantagem competitiva, ao oferecer serviços de qualidade. Na nuvem, as informações ficam em máquinas de alta performance.
Além de ter um custo de implantação mais baixo, essa solução reduz o tempo gasto com planejamento, o valor investido na instalação e a preparação do ambiente (que no caso de servidores físicos requer excelente refrigeração, por exemplo). O sistema ainda oferece a alta disponibilidade de dados.
Outro fator a ser considerado é a projeção de crescimento da companhia. Quando os servidores e o armazenamento estão na nuvem, a empresa pode atender a uma demanda maior sem precisar investir na infraestrutura de TI — já que o próprio provedor oferece a escalabilidade necessária.
Os servidores variam de acordo com o sistema operacional, a capacidade de acúmulo de dados e a velocidade de transmissão das informações. Caso seja necessário melhorar o desempenho do equipamento, novas configurações podem ser adicionadas a ele.
7. Redes e conexão à internet
O acesso a recursos de rede na nuvem prevê o compartilhamento de elementos computacionais centralizados. Ou seja, tanto a rede quanto os demais recursos podem ser divididos para prover interconectividade para aplicações, serviços e soluções hospedados ou habilitados para a cloud computing.
A rede baseada na nuvem permite que a infraestrutura, os componentes associados a ela e os usuários externos se comuniquem entre eles. O funcionamento é como o de uma rede física, mas os componentes, os dispositivos e as operações estão na nuvem.
Um dos primeiros a adotar esse modelo foi o mercado de rede sem fio local (Wireless Local Area Network – WLAN). Com a melhoria da qualidade e da confiabilidade desse tipo de acesso, apareceram mais interessados em tornar suas operações mais simples e ágeis usando as facilidades da nuvem.
O objetivo é criar e administrar redes privadas seguras por meio de redes de longo alcance (Wide Area Network – WAN). Assim, a conectividade, a segurança, a administração e o controle da rede são hospedados na nuvem e oferecidos aos clientes como um serviço.
Progressivamente, portanto, a tendência passou a ser empurrar mais funções de gerenciamento de rede para a nuvem. Assim, os serviços passam a ser desvinculados de elementos de hardware específicos para que sejam instalados mais rapidamente.
8. Data center
A administração e o armazenamento de informações mudou completamente com a chegada da computação em nuvem. Dos disquetes de oito polegadas, com seus 80 KB de capacidade, passando pelo 1GB oferecido pelo Google no lançamento do G-mail até chegar às possibilidades infinitas da nuvem, o caminho foi longo.
Além disso, a nuvem trouxe velocidade, criptografia e segurança para os arquivos. Assim, ela se tornou um data center perfeito: um servidor que funciona 24h por dia para manter os dados ali armazenados acessíveis a qualquer momento com a vantagem de não estar limitado a um local específico.
A nuvem, quando usada como data center, oferece uma escala muito maior de gestão de serviços. Como os servidores ficam em locais distintos, a chance de problemas em razão de incidentes ou falhas é bastante reduzida. Em termos de segurança, os próprios provedores dos serviços de nuvem se encarregam de mantê-la adequada.
Outro diferencial é a flexibilidade e a escalabilidade oferecidas pela nuvem: como mencionado anteriormente, memória, poder de processamento e capacidade de armazenamento são facilmente ajustados conforme a necessidade. E ainda acompanha uma bela redução de custos, tanto de equipamento quanto de profissionais.
Vantagens
Em suma, como vimos neste artigo, a adoção da cloud computing traz vantagens muito claras para a empresa. Confira um resumo dos benefícios!
Cobrança por demanda
Conforme já mencionado, os serviços são pagos de acordo com a quantidade usada. Equipamentos subutilizados não serão mais necessários, já que, sempre que for necessário, é possível contratar um aumento ou uma redução de capacidade diretamente com o provedor.
Tecnologia de ponta
Ter de adquirir novas licenças de software a cada atualização e trocar o equipamento sempre que a tecnologia ficar ultrapassada deixarão de ser preocupações. O provedor de nuvem tem sempre as últimas atualizações à disposição dos clientes.
Flexibilidade
Aquelas viagens de negócios com equipamentos pesados e recheados de dados importantes ficaram no passado. Com uma conexão à internet, qualquer dispositivo serve de suporte para o acesso a informações corporativas guardadas na nuvem.
Controle
Saber quais e como os serviços são usados é fundamental para definir as estratégias da empresa e, caso necessário, alterar objetivos. O serviço de nuvem oferece, em geral, várias métricas que permitem avaliar esses aspectos para tomar as melhores decisões.
Recuperação
Manter cópias de segurança é um procedimento complexo, mas necessário. Com a adoção da nuvem, investir em cloud backup é um processo natural: os servidores dos provedores são preparados para isso. E se houver necessidade de recuperação, os acessos são automaticamente direcionados a outra localidade.
Uma rede capaz de conectar todos os computadores do mundo. Podemos definir a computação em nuvem assim. Já faz bastante tempo que ela está por aí, mas só agora ficou suficientemente eficiente e rápida para substituir um equipamento físico em termos de armazenamento, processamento e outras funções.
Adotá-la no ambiente corporativo é quase uma necessidade, já que a busca por eficiência requer o uso de uma solução desse tipo. A flexibilidade, a elasticidade e o leque variado de serviços disponíveis permitem que os benefícios sejam aproveitados por empresas de qualquer porte ou segmento.
Um bom planejamento ajuda a estabelecer as prioridades da organização na hora de definir a estratégia de adoção da computação em nuvem e escolher os serviços essenciais para a companhia. É importante, ainda, definir qual sistema será instalado: SaaS, PaaS ou IaaS (ou todos, se for necessário).
Por fim, é preciso encontrar um provedor que atenda às expectativas da organização. Vale, inicialmente, usar a nuvem como um ambiente de experimentação e testes para entender como a empresa reage ao sistema. A partir disso, é possível adaptar a contratação para que ela fique adequada à realidade do negócio.
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